Quem nunca? Não mais!

Mulher com olhos fechados com um vestido laranja, sentindo a luz do sol.
Photo by Jonathan Borba on Unsplash

Dia 25 de novembro é o Dia Internacional pela Eliminação da Violência Contra as Mulheres e queremos estimular você a uma reflexão sobre o tema. Vamos?

Como ponto de partida é necessário entender de que lugar estamos falando. Desde nossa constituição como país tivemos como base a opressão seja do indígena, do povo negro e consequentemente das mulheres. Partir dessa base fundante é crucial pra falarmos do que estamos vivendo hoje, pois não existe presente sem passado e não haverá um futuro melhor se não fizermos alguma coisa agora, já!

Se perguntarmos às mulheres que fazem parte de nosso ciclo de relacionamento se já passaram por algumas dessas situações, como: 

Ter ouvido que determinada profissão não era devida a uma mulher; saber que ganha menos que um homem na mesma função, mesmo que tenha mais qualificação; ouvir numa entrevista de emprego o questionamento de como vai conciliar a carreira e o cuidado do filho (quantas vezes se perguntou isso a um homem?); ser julgada pelo que está vestindo e/ou por sua orientação sexual; ter a intimidade violada através de porno-vingança; por exemplo, ser interrompida por um homem enquanto fala ou vê-lo explicar algo, sem que tenha lhe sido pedida ajuda; ser chamada de louca ou desequilibrada cada vez que faz algum questionamento; ou até ter se sentido culpada mesmo que não tenha sido sua culpa. 

Certamente a resposta seria: Quem nunca?

Com exemplos tão corriqueiros, enquanto mulheres, quem nunca passou por qualquer uma dessas situações? Desde 1500 que no nosso país as mulheres tem sido expostas, no mínimo, a estas situações. Isso é violência! A violência contra as mulheres tem diversas formas: psicológica, moral, política, patrimonial, sexual, física... Na série da Netflix Maid este tema foi significativamente debatido.

Segundo pesquisa do Datafolha, 1 em cada 4 mulheres já sofreu algum tipo de violência. Ousamos dizer que esse número pode ser maior considerando que muitas podem nem se perceber como vítimas de violência. Só no ano de 2020, em São Paulo, mais de 50 mil mulheres pediram medida protetiva contra violência doméstica.

Dados do Fórum Brasileiro de Segurança e do IPEA indicam o aumento do feminicídio (que é mais que um assassinato, é a morte de alguém por ser mulher) em todos os espaços (na rua, em casa, em estabelecimentos de saúde, etc). Os dados indicam informações muito importantes como o fato da violência ocorrer com as mulheres de todos os estados civis, cor, idade e classe social, no entanto, se concentra os maiores dados em mulheres divorciadas, jovens e negras, tendo maior repercussão com as mulheres pobres.

A questão racial/ étnica neste tema precisa de uma atenção especial. Se por um lado a opressão das mulheres faz parte da história de muitos países do mundo, tendo como ponto principal o fundamentalismo religioso e a organização do sistema de produção vigente, as mulheres negras tem, em nosso país, o agravamento significativo das expressões decorrentes de séculos de escravização e o racismo estrutural, que as objetificou em último grau.

Manter este tema em pauta torna-se mais do que nunca uma questão importante principalmente em relação ao avanço do conservadorismo em nosso país, que tem trazido retrocessos às conquistas das mulheres, insistindo em nos colocar “no nosso lugar”. Precisamos seguir avançando na ocupação protagonista de todos os espaços. Quem nunca, enquanto mulher, se sentiu silenciada, agredida, violentada? Uma frase da Articulação de Mulheres do Brasil – AMB, representa bem o que todas nós queremos: 

“Nossa luta é pela vida de todas as meninas e mulheres! Por mim, por nós, pelas outras!

Nós da Meta temos como missão trazer transformação e queremos convidar você, não só na pessoa de suas sócias, Vânia Quintão e Eunice Batista, mas em nome de toda a nossa equipe e parceiros, a fazer uma jornada de mobilização em suas redes sociais, nos seus grupos de amigos, em torno deste debate, somando esforços para o enfrentamento desta questão.

Chega de ouvirmos “quem nunca”, está na hora de gritarmos “não mais”! Vem com a gente?


#suaTransformaçãoéaNossaMeta    #JuntasContraAViolênciaContraAsMulheres


Referência Bibiográfica

https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2021/06/07/1-em-cada-4-mulheres-foi-vitima-dealgum-tipo-de-violencia-na-pandemia-no-brasil-diz-datafolha.ghtml

https://globoplay.globo.com/v/9348104/

https://ambfeminista.org.br/manifesto-25-novembro-dizemos-nao-as-violencias-contra-asmulheres/

https://www.ipea.gov.br/retrato/pdf/190215_tema_d_a_violenca_contra_mulher.pdf&ved=2

ahUKEwjGjbnF4LP0AhWiKLkGHQ2aA0EQFnoECA0QAQ&usg=AOvVaw25r7UDH7yPyUIP6EQtndMw


Por: Vânia Quintão

Sócia da Meta Assessoria
Assistente social, professora, 
mestranda em Política Social na UFF.

Eunice Batista
Sócia da Meta Assessoria
Neuropsicopedagoga, professora, 

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